Sejam bem vindos ao Cantinho de sugestões da EJA. Neste cantinho vou sugerir atividades para se trabalhar na modalidade da "Educação de Jovens e Adultos". Vou tentar dividir o que aprendi espero que gostem e deixem sugestões e comentários ...

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terça-feira, 12 de abril de 2011

Educação de Adultos: alguma reflexões...

O texto abaixo é uma reflexão de Paulo Freire quanto a Educação de Adultos. Espero que gostem é um legado indispensável ao educador desta modalidade tão esquecida e tão pouco discutida.

    imagem retirada do site: www.chicoalencar.com.br

         Algumas Reflexões

    No Brasil e em outras áreas da América Latina, a Educação de Adultos viveu um processo de amadurecimento que veio transformando a compreensão que dela tínhamos poucos anos atrás. A Educação de Adultos é melhor percebida quando situamos hoje como Educação Popular. Tratemos de comentar esta transformação que, a nosso ver, indica os passos qualitativos da experiência educativa refletida por inúmeras pessoas/grupos latinos-americanos.
    O conceito de Educação de Adultos vais se movendo na direção de Educação Popular na medida em que realidade começa fazer algumas exigências à sensibilidade e à competência científica dos educadores e das educadoras. Um destas exigências tem que ver com a compreensão critica dos educadores do que vem ocorrendo na cotidianidade do meio popular. Não é possível a educadoras e educadores pensar apenas em procedimentos didáticos e os conteúdos a serem ensinados aos grupos populares.Os próprios conteúdos a serem ensinados não podem ser totalmente estranhos àquela cotidianidade. O que acontece no meio popular, as periferias das cidades, nos campos - trabalhadores urbanos e rurais reunindo-se para rezar ou para discutir seus direitos-, nada pode escapar à curiosidade arguta dos educadores envolvidos na prática da Educação Popular. A educação de adultos, virando Educação Popular, tornou-se mais abrangente. Certos programas  como alfabetização, educação de base em profissionalização ou em saúde primária são apenas uma parte do trabalho mais amplo que se sugere quando se fala em Educação Popular.
   A prática educativa, reconhecendo-se como prática política, se recusa a deixar-se aprisionar na estreiteza burocrática de procedimentos escolarizantes. Lidando com o processo de conhecer, a prática educativa é tão interessada em possibilitar o ensino de conteúdos às pessoas quanto em sua conscientização.
    Nesse sentido, a Educação Popular, de corte progressista, democrático, superando o que chamei, na Pedagogia do Oprimido, "educação bancária", tenta o esfroço necessário de ter no educando um sujeito cognoscente, que, por isso mesmo, se assume como um sujeito em busca de, e não como a pura incidência da ação do educador.
    Dessa forma são tão importantes para a formação dos grupos populares certos conteúdos que o educador lhes deve ensinar, quanto a análise que eles façam de sua realidade concreta.[...] O senso comum só se supera  a partir dele e não com o desprezo arrogante dos elitistas por ele.
   Crianças e adultos se envolvem em processos educativos de alfabetização com palavras pertencentes à sua experiência existencial, palavras grávidas de mundo. Palavras e temas.
    Assim compreendida e posta em prática, a Educação Popular pode ser socialmente percebida como facilitadora da compreensão científica que grupos e movimentos podem e devem ter acerca de suas experiências.Esta é uma das tarefas fundamentais da educação popular de corte progressista, a de inserir os grupos populares do saber de senso comum pelo conhecimento mais crítico, mais alémdo "penso que é", em torno do mundo e de si no mundo e com ele. [...]
    A dimensão global da Educação Popular contribui ainda para que a a compreensão geral do ser humano em torno de si como ser social seja menos monolítico e ,ais pluralista, seja menos unidirecionada e mais aberta à discussão democrática de pressuposições básica da existência.
    Esta vem sendo uma preocupação que me tem tomado todo, sempre - a de me entregar a uma prática educativa e a uma reflexão pedagógica fundadas ambas no sonho por um mundo menos malvado, menos feio, manos autoritário, mais democrático, mais humano. 
Paulo Freire.
Educação de jovens adultos: teoria, prática e proposta/Moacir Gadotti e José Romão (p.15 a 17)



3 comentários:

Anônimo disse...

parabens pela sua teoria critica muito boa e com argumentos otimos. parabens mesmo.

Anônimo disse...

olha uma reflexão muito boa q abriu a minha menta para uma prova na faculdade pois eu precisva entender o assunto mas ao ler o artigo abriu mais a mente parabens pelo seu trabalho.

Anônimo disse...

Passe o tempo q passar e Paulo Freire sempre será referência fundamental para o estudo de Educação de Jovens e Adultos.

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